O VÍRUS DA FRAUDE

O VÍRUS DA FRAUDE

A fraude e a corrupção vêm infectando como um vírus nosso corpo social. Sem remédio eficiente e sem vacina cientificamente estudada, nos adaptamos aos indesejáveis sintomas da doença, atuando, nós pessoas de bem, com resiliência ante a impotência. O que não significa aceitação. E não pode significar!

As dificuldades estruturais enfrentadas pela nossa Polícia, somadas a uma legislação leniente e um Judiciário abarrotado de trabalho, surgem como agravantes desta moléstia. A febre traz a insegurança em calafrios, a inapetência de investimentos estrangeiros e a perda de forças para reagir. Mas é preciso reagir!

Os exemplos rumorosos de operações que desbaratam esquemas de corrupção, quadrilhas e ‘negócios do crime’, mesmo que ainda não na medida ideal, devem servir de alento ao doente. Incentivo!

O mercado de seguros também sofre com esta enfermidade. E o fraudador espalha o vírus com a falsa ideia de ‘crime sem vítima’ – fraude oportunista ou fraude premeditada – se gabando de dizer que ‘quem paga o prejuízo é apenas a seguradora’. Ledo engano! Demais a mais, o segurador não merece ser a vítima. Ninguém merece esta doença!

As seguradoras, como agentes essenciais em qualquer sociedade civilizada, são administradoras de fundos mutuais. Conquistam a confiança do segurado, recebendo um pouco de cada um para gerir a condição de pagamento daqueles que tiverem o dano. A fraude é o falso dano. Extrapola o risco, ainda que em esforço hercúleo se tente quantificá-lo.

Os números desta doença são estimados pela CNSeg em seu Sistema de Quantificação de Fraude, desde 2004, apurando que, no 1º Semestre de 2019, 2,1 bilhões reais em sinistros suspeitos foram pagos. É de se observar o número de vítimas!

É de se fazer algo. É de se combater! É de se atuar com técnica, bom direito e inteligência. É de se tirar esta doença do nosso meio. Seremos, certamente, mais felizes!

  • Juliano Rodrigues Ferrer é advogado e sócio do escritório C. Josias & Ferrer Advogados Associados. Atualmente é 1º Vice-Presidente da AIDA Brasil, integrante da Comissão de Seguros e Previdência Complementar da OAB-RS, Membro da Academia Nacional de Seguros e Previdência, ANSP e coordenador da Cátedra de Agronegócio da mesma instituição.

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